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O ministro Alexandre de Moraes, do STF, deu 24 horas para que Jair Bolsonaro explique postagens relacionadas a um vídeo onde mostra sua tornozeleira eletrônica, sob pena de prisão. Ele impôs restrições que proíbem Bolsonaro de aparecer em áudios, vídeos ou entrevistas, alegando tentativa de obstruir a justiça e ameaça à soberania nacional. Moraes afirmou que o ex-presidente e seu filho, Eduardo, podem ter praticado crimes como coação e obstrução de investigações ao atuarem com autoridades americanas para impor sanções a membros da Justiça brasileira, visando tumultuar o processo judicial que Bolsonaro enfrenta.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está fora do Brasil, mas o PL articula para que ele não tenha seu mandato cassado. O deputado federal se licenciou em março, alegando perseguição política, e a licença acabou em 20 de julho. Sóstenes Cavalcante, deputado do PL-RJ, garantiu que Eduardo deve concluir seu mandato, mesmo que remotely. O Regimento Interno permite a perda do cargo se o parlamentar faltar a um terço das sessões. Eduardo enfrenta investigações no STF sobre possíveis ações para obstruir a justiça e reafirmou em uma live que não pretende renunciar ao cargo.

Após a decisão judicial que impôs restrições a Jair Bolsonaro, o Partido Liberal (PL) decidiu interromper seu recesso e convocar uma coletiva de imprensa para discutir a situação. O líder do partido, deputado Sóstenes Cavalcante, organizou uma reunião emergencial com membros da sigla e da oposição visando traçar estratégias de resposta às medidas judiciais. A coletiva está agendada para hoje, onde Bolsonaro e parlamentares vão expor a posição do partido e os próximos passos. Além disso, reuniões extraordinárias nas comissões de Segurança Pública e Relações Exteriores estão marcadas para amanhã, ampliando a articulação política.

A morte brutal de Nicolly Fernanda Pogere, uma adolescente de 14 anos, chocou a cidade de Hortolândia, em São Paulo, levantando sérias questões sobre a violência entre jovens. O corpo da jovem, que estava desaparecido desde o início da semana, foi descoberto em uma lagoa com sinais evidentes de violência extrema, incluindo trauma craniano, múltiplas perfurações e cortes profundos, além de ter sido parcialmente esquartejado. Dois adolescentes, incluindo seu ex-namorado, são os principais suspeitos, tendo sido apreendidos após investigações que revelaram mensagens e vestígios de sangue na casa do suspeito principal.

O diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, anunciou a inclusão das declarações de Eduardo Bolsonaro no inquérito que investiga o deputado por supostas tentativas de obstrução da Justiça e ameaças aos servidores da PF. Rodrigues afirmou que considera inaceitável a tentativa de intimidação e que medidas legais serão tomadas. Durante uma live, Eduardo se referiu aos delegados de forma desrespeitosa e insinuou que poderia agir contra um deles, destacando a continuidade da investigação sobre suas ações nos EUA. Enquanto isso, ele permanece sem retornar ao Brasil após a licença do mandato, que terminou recentemente.

O julgamento virtual da Primeira Turma do STF sobre as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro está programado para ser finalizado esta segunda-feira (21) às 23h59. Com a maioria dos votos favoráveis, a decisão do ministro Alexandre de Moraes inclui a proibição do uso de redes sociais, a aplicação de tornozeleira eletrônica e restrições de horário em sua residência. A investigação, que já resultou em apreensões pela Polícia Federal, é relacionada a crimes de coação, obstrução de Justiça e ataques à soberania nacional, envolvendo até declarações do ex-presidente Trump.

Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado, declarou em seu canal no YouTube que seu foco está em remover Alexandre de Moraes do STF. Ele afirmou estar disposto a se sacrificar para levar adiante essa ação, desafiando o ministro e outros membros da Corte, como Roberto Barroso e Gilmar Mendes. Eduardo criticou Barroso, alegando que a situação de sua família é pior do que a do ministro, citando restrições que impedem seu retorno ao Brasil. Apesar de sua licença terminar, ele assegurou que não renunciará ao cargo, garantindo que cumprirá seu mandato pelos próximos meses.