Durante uma palestra em São Paulo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, revelou que muitos governadores acreditam erroneamente que seus Estados são soberanos, uma ideia que remonta à primeira Constituição republicana de 1891. A declaração ocorreu enquanto defendia a PEC da Segurança Pública, apresentada recentemente ao Congresso, com o objetivo de responder à crescente preocupação da população em relação à criminalidade. Apesar das críticas de governadores de oposição, Lewandowski afirmou que os Estados são autônomos, e não soberanos, e enfatizou a importância da integração das forças de segurança no Brasil.

O governo federal apresentou uma nova versão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, visando atender críticas de governadores e prefeitos. O documento foi entregue ao presidente da Câmara, Hugo Motta, que prometeu priorizar sua discussão. As mudanças incluem o fortalecimento da Polícia Federal no combate a crimes interestaduais e a inclusão das guardas municipais na segurança pública. A proposta mantém a separação dos fundos de segurança e propõe uma maior colaboração entre os governos federal, estaduais e municipais. A PEC deverá passar pela Comissão de Constituição e Justiça antes da votação final.

No último domingo, 6 de abril de 2025, Jair Bolsonaro reuniu cerca de 59.900 apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo, durante um ato em favor da anistia aos presos e investigados pelos eventos do 8 de Janeiro. O evento superou a manifestação de Copacabana, realizada em 16 de março. Fotos aéreas foram utilizadas para calcular o público, que se concentrou especialmente durante o discurso de Bolsonaro, com duração de 26 minutos. Sete governadores marcaram presença, reforçando a importância do apoio político no cenário para as eleições presidenciais de 2026.

Neste domingo, 6 de abril, governadores de sete estados, representando quatro regiões do Brasil, posaram ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro em São Paulo, antes de um ato que defendia a anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023. A imagem, compartilhada por Tarcísio de Freitas, governador paulista, gerou controvérsia principalmente porque quatro dos governadores são de partidos que apoiam o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. Enquanto isso, pesquisas mostram que a maioria dos brasileiros se opõe à ideia de anistia para os participantes dos atos golpistas.

Uma pesquisa da Quaest avaliou os governadores de oito estados brasileiros, trazendo Ronaldo Caiado de Goiás como o mais aprovado, com 86%, e Cláudio Castro do Rio de Janeiro como o mais desaprovado, apresentando 48% de rejeição. Além de Caiado, foram analisados os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Eduardo Leite (RS), Ratinho Junior (PR), Jerônimo Rodrigues (BA) e Raquel Lyra (PE). Tarcísio e Zema tiveram aprovações significativas, enquanto Lyra e Rodrigues enfrentam desafios nas intenções de voto para 2026, indicando mudanças possíveis nas próximas eleições.

Uma pesquisa do instituto Genial/Quaest, divulgada em 27 de fevereiro de 2025, revela os cenários eleitorais para 2026 em oito estados brasileiros. Tarcísio de Freitas (Republicanos) lidera em São Paulo com 38% das intenções de voto. Eduardo Paes (PSD) é o favorito no Rio de Janeiro, com 29%. Cleitinho (Republicanos) está em destaque em Minas Gerais, com 33%. Em Pernambuco, João Campos (PSB) é o líder absoluto com 56%. Na Bahia, ACM Neto (União Brasil) e Jerônimo Rodrigues (PT) estão em empate técnico, enquanto o cenário é acirrado também no Rio Grande do Sul e Paraná.

Governadores do Nordeste publicaram uma nota em apoio ao decreto 12.341/2024, assinado pelo presidente Lula, que limita o uso de armas por policiais. A nota, que contesta críticas de governadores do Sul e Sudeste, enfatiza que o decreto não interfere na autonomia dos Estados, mas reforça a necessidade de prudência no uso da força. Com diretrizes que priorizam a vida e proíbem o uso de armas em abordagens a pessoas não armadas, a orientação é garantir a segurança com profissionalismo e transparência. A proposta foi adotada por todos os nove governadores da região.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, está apressando a regulamentação do decreto do presidente Lula, que limita o uso de armas por policiais em abordagens. As portarias com diretrizes devem ser enviadas em janeiro, embora a resistência de governadores como Claudio Castro, Ronaldo Caiado e Ibaneis Rocha represente um obstáculo. Alguns consideram o decreto uma intromissão federal na autonomia estadual e um incentivo ao crime organizado, já que condiciona repasses financeiros às conformidades do mesmo. O caso recente de uma jovem baleada pela PRF estimulou ainda mais a urgência na implementação da medida.

A proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, apresentada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, deve ser enviada ao Congresso até março de 2024. Antes disso, reuniões serão realizadas com governadores para alinhar pontos da proposta e minimizar a resistência no Legislativo. APEC visa ampliar os poderes da Polícia Federal e criar uma nova corporação, a Polícia Ostensiva Federal, que atuará em áreas críticas como ferrovias e hidrovias. O objetivo principal é aumentar a eficiência e a integração das forças de segurança em todo o Brasil, buscando uma estrutura unificada.

No segundo turno das eleições, o ex-presidente Jair Bolsonaro sofreu derrotas em sete de nove capitais em que o Partido Liberal (PL) estava concorrendo, incluindo Goiânia e Belo Horizonte. Pesquisadores acreditam que candidatos que distanciaram-se da polarização nacional foram mais vitoriosos. Em Goiânia, por exemplo, o candidato do PL, Fred Rodrigues, perdeu após apoio intenso de Bolsonaro. A situação também se repetiu em Palmas, onde a campanha estava marcada pela polarização. No entanto, o PL conquistou vitória em Aracaju e Cuiabá, sugerindo que estratégias mais suaves têm aumentado as chances de sucesso nas eleições locais.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, anunciou sua intenção de levar uma preocupação ao Supremo Tribunal Federal (STF) referente a uma possível mudança na interpretação da reforma da Previdência, a Emenda Constitucional 103/2019. Durante evento em Brasília, Zema destacou que essa alteração pode resultar em impactos financeiros negativos significativos para os estados, estimando perdas que ultrapassam R$ 1 bilhão por ano para Minas Gerais. Ele estará acompanhado por outros governadores durante as discussões com os ministros da Corte, onde a questão será abordada, a fim de evitar prejuízos massivos.

O presidente Lula expressou sua insatisfação pela ausência de governadores durante a cerimônia no Palácio do Planalto, onde foram anunciados investimentos de R$ 41,7 bilhões do PAC em áreas como mobilidade e drenagem. Apenas oito dos 27 governadores participaram do evento. Lula sugeriu que a falta de comparecimento pode refletir a 'imagem negativista' deixada pelo ex-presidente Bolsonaro. Ele ressaltou a importância da convivência democrática entre governantes. O governador Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, não pôde ir devido a problemas logísticos, mesmo seu estado sendo contemplado com R$ 6,5 bilhões para obras necessárias.

Governadores do Nordeste se reuniram em um jantar a portas fechadas com o ex-presidente Lula, no Palácio da Abolição em Fortaleza. Estavam presentes líderes de diversos estados da região, exceto o governador de Sergipe. Além dos governadores, ministros do governo também participaram do encontro. Lula esteve na cidade para participar de uma cerimônia e anunciou investimentos em instituições de ensino e saúde. O jantar foi marcado por discussões políticas e estratégias para o futuro da região Nordeste.

Três governadores aprovaram aumentos significativos em seus próprios salários desde 2022. O governador Carlos Brandão, do Maranhão, teve um aumento de 107%, passando de R$ 15.915 para R$ 33.006,39. Já Romeu Zema, de Minas Gerais, teve um aumento de quase 300%, chegando a R$ 39.717,69. E Raquel Lyra, de Pernambuco, teve um aumento de 129%, embora continue recebendo R$ 42.145,88 como procuradora do estado. Esses aumentos geraram polêmica e críticas por não serem condizentes com a realidade local e por não serem exemplos adequados para a sociedade.