O governo do Rio Grande do Sul confirmou a primeira morte por leptospirose devido às enchentes que atingiram a região. Eldo Gross, de 67 anos, faleceu após sua casa ser invadida pela água, e outras três pessoas na cidade estão tratando a doença. A leptospirose é transmitida por uma bactéria presente na urina de animais infectados, e os casos aumentaram devido à exposição prolongada à água das enchentes. A Secretaria Estadual da Saúde recomenda o uso de luvas e botas para limpar a lama, além do uso preventivo de antibióticos. A situação é preocupante devido aos desafios enfrentados pelos moradores em abrigos e à escassez de medicamentos e receitas perdidas nas inundações.

Após os temporais que atingem o Rio Grande do Sul desde o fim de abril, mais de meio milhão de pessoas estão fora de casa, o que equivale a mais de oito capitais brasileiras. Segundo a Defesa Civil, são 615 mil pessoas afetadas, com 538,2 mil desalojados e 77,4 mil em abrigos.

O governo do Rio Grande do Sul reforçou a segurança nos abrigos que acolhem pessoas afetadas pelos temporais e cheias, que já deixaram 116 mortos no estado. Onze pessoas foram presas por crimes praticados nos abrigos, incluindo crimes sexuais. A Polícia Civil está fazendo rondas nos abrigos 24 horas por dia, e o governo convocou 1 mil policiais militares aposentados para reforçar a segurança. Além disso, a Prefeitura de Porto Alegre anunciou a criação de um abrigo exclusivo para mulheres e crianças. Os temporais afetaram 437 dos 497 municípios gaúchos, com 1,9 milhão de pessoas afetadas.

O governador Eduardo Leite confirmou em entrevista coletiva que profissionais que se aposentaram nos últimos 10 anos serão convocados para reforçar a segurança nos abrigos que estão acolhendo desalojados devido à situação de emergência climática no Estado. Essa medida visa aumentar o efetivo de policiais atuando nesses locais prioritários. Com isso, o governo busca garantir a proteção e assistência necessárias para as pessoas afetadas pelas condições adversas. A iniciativa surge como uma resposta às demandas de segurança em meio à crise climática em curso.

Em meio à tragédia climática que deixa milhares de desabrigados no Rio Grande do Sul, pessoas foram encaminhadas para abrigos provisórios, onde houve relatos de estupro. O Instituto Survivor e o Me Too Brasil buscam doações para criar abrigos exclusivos para mulheres vítimas de violência e abuso. Mulheres e crianças estão expostas a riscos ainda maiores, com relatos de abusos dentro dos abrigos. As ONGs recebem informações de casos de abuso contra menores e mulheres. A situação expõe a fragilidade estrutural e a vulnerabilidade das vítimas.