Duas tragédias marcaram a tarde de sexta-feira em Urupês, SP, onde funcionários de uma usina perderam a vida enquanto tentavam combater um incêndio. As vítimas, de 30 e 48 anos, estavam em um caminhão, que tombou, impossibilitando sua fuga das chamas. Moradores das cidades vizinhas de Irapuã e José Bonifácio lamentam a perda, já que ambos atuavam como brigadistas. Além disso, as aulas em escolas locais foram interrompidas devido aos incêndios nas proximidades. As rodovias da região também enfrentaram interdições, causando grandes filas e preocupações com a segurança dos motoristas e da população.

Durante os incêndios no Pantanal, a turfa, um material orgânico inflamável resultante da decomposição da vegetação, torna o combate ao fogo ainda mais difícil. Com camadas de matéria orgânica acumuladas ao longo de vários anos, o fogo de turfa queima nas profundezas do solo, dificultando a detecção e controle. O solo de turfa, semelhante a um sanduíche de camadas de terra e vegetação, cria bolsões de ar perfeitos para o fogo subterrâneo, que pode durar semanas ou meses. A situação no Pantanal torna-se ainda mais crítica devido à alta temperatura e à extensão dos incêndios.

O Pantanal enfrenta um cenário devastador com incêndios que já consumiram uma área equivalente a 59 mil campos de futebol neste ano. Jacarés carbonizados, carcaças expostas e a vegetação cinza mostram a destruição causada pelo fogo no bioma, que registra o maior número de queimadas para um mês de junho desde 1998. Biólogos e brigadistas alertam para a possibilidade de repetição dos grandes incêndios de 2020 e pedem apoio para controlar as chamas e minimizar o impacto. As autoridades investigam a origem do fogo, que pode ser criminoso, enquanto medidas integradas são tomadas para combater as queimadas.