O Brasil ainda enfrenta um estancamento alarmante no analfabetismo funcional, afetando 29% da população entre 15 e 64 anos, segundo a pesquisa Inaf. Esse quadro crítico, acentuado pela pandemia, mostra que cerca de três em cada dez brasileiros têm dificuldade em compreender textos simples. O percentual de jovens com analfabetismo funcional subiu de 14% para 16% de 2018 a 2024. A situação revela um retrocesso nas habilidades de leitura, escrita e matemática, impulsionado pela mudança nas metodologias de ensino durante a pandemia, que diminuíram a convivência em ambientes de aprendizagem variados.

A taxa de analfabetismo no Nordeste é o dobro da média do Brasil, com 14% da população nessa faixa etária não sabendo ler e escrever uma carta simples, de acordo com dados do Censo. Embora os índices de alfabetização tenham melhorado no país, disparidades regionais persistem, com o Sul atingindo 96,6% de alfabetizados e o Nordeste com 85,79%. Além disso, diferenças raciais e etárias também são evidentes, com a taxa de analfabetismo entre indígenas sendo quatro vezes maior que entre brancos. O problema é mais acentuado em municípios do Nordeste, com 48 cidades superando 30% de analfabetismo.