A Bienal do Livro de São Paulo, realizada no último final de semana, apresentou uma participação extraordinária do público e recordes nas vendas das editoras. A Companhia das Letras comemorou o maior dia da sua história em feiras literárias, enquanto a Sextante reportou um aumento de 50% em seu faturamento. O evento atraiu muitos jovens leitores, desafiando a ideia de que o Brasil não é um país de leitores. Embora o espaço tenha sido expandido, os corredores ainda estavam lotados, resultando em longas filas e um ambiente bastante congestionado durante os dias de intensa movimentação.

Elayne Baeta, autora lésbica, alcançou notoriedade com seu livro 'O Amor Não É Óbvio', que destaca uma jovem se descobrindo lésbica. Embora tenha enfrentado hostilidade, como quando foi cuspida por uma mulher durante uma sessão de autógrafos, o sucesso foi retumbante, vendendo 100 mil cópias e transformando-se em um fenômeno literário. Agora, Baeta está prestes a lançar sua sequência, 'Coisas Óbvias sobre o Amor', que teve 15 mil exemplares vendidos em 24 horas na pré-venda. A artista, que procura diversificar a representação LGBTQIA+ na literatura, será destaque na Bienal do Livro de São Paulo.

Marcelo Rubens Paiva reflete sobre a dolorosa experiência de cuidar de sua mãe, Eunice, diagnosticada com Alzheimer aos 72 anos. Ele compartilha como a doença fez com que a figura central de sua vida se tornasse vulnerável, levando-o a registrar e preservar suas memórias em um livro intitulado 'Ainda Estou Aqui'. A luta de Eunice, que enfrentou a dor da viuvez e a repressão da ditadura militar, é apresentada como um exemplo de resistência. O filme baseado na obra do autor será lançado no Festival de Veneza, renovando a memória e o legado de sua mãe, que morreu em 2018.

Durante a estreia de 'Barba Ensopada de Sangue' no Festival de Gramado 2024, o autor Daniel Galera revelou que não se envolveu na adaptação cinematográfica de seu livro. Embora estivesse aberto a contribuir, Galera destacou que não ser chamado foi um alívio, pois impediu que seu apego à história interferisse na produção. A questão do protagonista Gabriel, interpretado por Gabriel Leone, que não reconhece rostos, foi mencionada, mas Galera optou por evitar controvérsias, reafirmando que este aspecto já estava presente em sua obra original. A expectativa agora é por mais novidades do festival.

O livro 'Um Mundo Imenso', do jornalista britânico Ed Yong, explora as diversas percepções que diferentes animais têm da realidade ao redor. Yong utiliza o conceito de 'Umwelt', proposto pelo zoólogo Jakob von Uexküll, para descrever como cada espécie vive em uma bolha sensorial única, moldada por suas próprias capacidades e limitações. O autor argumenta que entender essas diferentes percepções não apenas enriquece nosso conhecimento, mas também nos liberta. Enfatizando a importância da biodiversidade, ele adverte sobre os impactos da poluição sensorial humana, que ameaça os mundos sensoriais de inúmeras espécies ao longo do tempo.

A nova adaptação de 'É Assim Que Acaba', que estreou hoje com Blake Lively no papel de Lily, faz mudanças significativas em relação ao best-seller de Colleen Hoover. Enquanto o livro apresenta exclusivamente a perspectiva de Lily nas experiências de violência de Ryle, o filme revela essas cenas de maneira clara, condenando suas ações. Além disso, o filme apresenta menos cenas picantes e uma dinâmica diferente entre Lily e Atlas. O final do filme também se desvia do livro, mostrando Lily como mãe solteira ao invés de uma abordagem mais complexa e relacionada à guarda compartilhada, que é explorada na obra original.

O corpo da renomada carnavalesca Rosa Magalhães foi velado no Palácio da Cidade, no Rio de Janeiro, em uma cerimônia aberta ao público. Rosa, que faleceu aos 77 anos na noite de quinta-feira, dia 25, devido a um infarto, é lembrada como uma das artistas mais influentes do Carnaval, tendo conquistado sete títulos de campeã ao longo de sua carreira de mais de 50 anos. A despedida contou com a presença de amigos e familiares, além de homenagens de diversas agremiações, destacando sua contribuição inestimável para a cultura popular e para o samba.

Comemora-se uma década da morte de Ariano Suassuna, um escritor cuja obra e frases memoráveis continuam a inspirar e valorizar a cultura nordestina. Ele deixou um legado importante, refletido em frases como ‘O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso’, evidenciando sua perspectiva equilibrada da vida. Sua fé e fervor espiritual também se destacavam, assim como seu pensamento sobre a arte local. Suassuna tinha um humor ímpar, refletindo sobre a criatividade e a realidade das pessoas ao seu redor, cruzando fronteiras entre o real e o imaginário.

O jornal americano The New York Times organizou uma votação com mais de 500 escritores, críticos e jornalistas para eleger os cem melhores livros publicados neste século. Elena Ferrante liderou a lista com seu best-seller 'A Amiga Genial', e outros autores como Philip Roth, Hilary Mantel, George Saunders, Zadie Smith, Denis Johnson e Jesmyn Ward aparecem múltiplas vezes. As histórias que encabeçam o ranking incluem o êxodo de afro-americanos, a ascensão de Thomas Cromwell no Reino Unido e assassinatos não resolvidos em uma cidade fronteiriça mexicana.

A popularidade de livros finos e curtos tem crescido nos últimos tempos, contrastando com o formato de tijolos como 'Viva o Povo Brasileiro'. Essas publicações magrelinhas, algumas não passando de 100 páginas, são ideais para leitores que consomem livros rapidamente e buscam praticidade. Além disso, esses exemplares tendem a custar menos e oferecem uma leitura mais dinâmica. A qualidade de um livro não está necessariamente ligada ao seu tamanho, e obras como plaquetes de poucas páginas têm se destacado, como 'Goya, A Linha de Sutura', mostrando que menos pode ser mais na literatura.

O renomado escritor albanês Ismail Kadaré, conhecido por sua obra monumental que abordou a tirania comunista de Enver Hoxha, faleceu aos 88 anos de idade devido a um ataque cardíaco. Sua escrita transitava entre o grotesco e o épico, explorando os mitos e a história de seu país para desvendar os mecanismos do totalitarismo. Durante décadas, a Albânia viveu sob a ditadura de Hoxha, e a obra de Kadaré serviu como instrumento de liberdade. Após romper com o regime comunista e obter asilo político na França, sua dissidência ressoou internacionalmente, colocando a literatura albanesa no mapa.

Na abertura da Feira do Livro, em São Paulo, Natalia Timerman e Christian Dunker foram os principais destaques em uma conversa mediada por Tati Bernardi. Dunker falou sobre sonhos com a avó morta, reflexões sobre a finitude e a elaboração do luto. Timerman discutiu a escrita como uma forma de lidar com a morte. A Feira continua com uma programação variada e gratuita até o próximo domingo, com diversos convidados de destaque, como Camila Sosa Villada e Rita Lobo.

A poeta mineira Adélia Prado foi anunciada como vencedora do prêmio Camões, o mais importante reconhecimento da literatura em língua portuguesa, após ter ganho o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras. Adélia expressou felicidade pelas premiações e destacou a natureza religiosa da experiência poética em seus textos. Sua obra potente, descrita como lírica, bíblica e existencial, cativou diferentes gerações de leitores, com destaque para a relação próxima que ela mantinha com Carlos Drummond de Andrade. Aos 88 anos, a escritora anunciou sua volta à literatura com o lançamento de 'Jardim das Oliveiras'.

A escritora mineira Adélia Prado, aos 88 anos e residente em Divinópolis, MG, venceu o Prêmio Camões, sendo a primeira mulher a ganhar na categoria Conjunto da Obra e reconhecida por sua obra original e extensa, principalmente na produção poética. O valor do prêmio é de 100 mil euros. Esta é a segunda premiação recebida por Adélia Prado em menos de uma semana, pois também ganhou o Prêmio Machado de Assis. Além disso, a autora lançará um novo livro intitulado 'Jardim das Oliveiras' no segundo semestre de 2024.

A terceira edição d'A Feira do Livro reúne mais de 150 convidados em debates e conversas que celebram a literatura brasileira e internacional. Com programação de nove dias, o festival literário paulistano promove encontros que mesclam ficção e não ficção de diversos países. Os eventos são gratuitos e acontecem em dois espaços principais: o Palco da Praça e o Auditório Armando Nogueira. Autores renomados como Martinho da Vila, Neca Setubal e Drummond fazem parte da programação. Não perca essa oportunidade única de se envolver com a literatura e conhecer grandes nomes da cena literária atual.

Caio Blat estreia como diretor de novela em 'Grande Sertão', de Guel Arraes, que urbaniza o sertão de Guimarães Rosa em um cenário urbano deflagrado por problemas sociais. Para o ator, a polarização política reflete a irracionalidade e a falta de diálogo entre as filosofias políticas no Brasil. Além disso, ele prepara um novo projeto em homenagem à Cacilda Becker. O filme busca popularizar a obra densa de Guimarães Rosa, trazendo sua complexidade para o cinema de forma contemporânea e explosiva, com o objetivo de despertar o interesse do público pela literatura.

Há cem anos, Franz Kafka morreu de tuberculose, desejando que seus escritos inéditos fossem queimados. Seu amigo Max Brod ignorou esse desejo, transformando Kafka em um ícone da literatura. Mesmo tendo publicado poucos contos em vida, como A Metamorfose, Kafka só foi reconhecido como genial após sua morte. Brod foi fundamental na divulgação da obra de Kafka, publicando romances e contos inéditos, como O Processo e O Castelo. Apesar do desejo de Kafka de queimar seus manuscritos, Brod os publicou, mudando a história da literatura mundial.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, clássico da literatura brasileira, se tornou líder de vendas na Amazon nos Estados Unidos na categoria de literatura latino-americana e caribenha. A ascensão da obra foi impulsionada por uma resenha muito positiva feita pela influenciadora Courtney Henning Novak no TikTok, onde ela classificou o livro como um dos melhores que já leu. O elogio fez com que o livro ganhasse destaque e aumentasse suas vendas ao redor do mundo. A edição é da Penguin Classics, traduzida por Flora Thomson-DeVaux.

O romance 'Máquina de Leite' de Szilvia Molnar e 'Três Camadas de Noite' de Vanessa Barbara, expandem a arte sobre a maternidade de maneira honesta e visceral. Molnar descreve a jornada de uma mãe cujo corpo se esfacela e mente se esvai enquanto protege a filha recém-nascida, em um conflito comum a muitas mães. Barbara, por sua vez, aborda a depressão materna em seu romance, buscando referências externas para ilustrar a jornada de uma mãe que lida com desafios emocionais intensos. Ambas as autoras oferecem relatos poderosos e confrontam tabus em torno da maternidade e da depressão.

O renomado autor americano Paul Auster faleceu aos 77 anos nesta terça-feira, deixando para trás uma vasta obra literária que inclui 20 romances, poesias e livros de não-ficção. Auster é reconhecido como um dos principais escritores de sua geração, tendo recebido inúmeros prêmios ao longo de sua carreira. Para introduzir novos leitores em sua obra, foram selecionados sete de seus livros mais importantes, que abordam temas como crescimento pessoal, narrativas policiais inovadoras e reflexões sobre o poder do acaso. Sua morte representa uma grande perda para o mundo literário, mas seu legado continua vivo através de suas obras.

O escritor americano Paul Auster, falecido aos 77 anos, terá seu último livro lançado no Brasil no segundo semestre deste ano. A obra, intitulada 'Baumgartner', é o 20º romance de sua carreira e aborda a história de um homem idoso que reflete sobre as memórias de sua falecida esposa e a influência que ela teve em sua vida. O livro, lançado no final de 2023, recebeu críticas mistas em comparação com suas obras anteriores. A trama reflete temas familiares ao estilo literário de Auster, apresentando reflexões honestas e alterações de pontos de vista sobre eventos.