O presidente Lula anunciou um pacote emergencial de medidas para contornar o tarifaço de 50% imposto pelos EUA sobre produtos brasileiros. O plano, apresentado em 13 de agosto, inclui uma Medida Provisória que cria uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas afetadas e prioriza compras públicas de produtos perecíveis. Além disso, prevê adiamento de tributos e incentivos para novos mercados. Lula busca diálogo com Washington, mas não descarta medidas de reciprocidade. O governo enfatiza a necessidade de diversificação das exportações e garantiu que os interesses nacionais serão defendidos com firmeza.

A China autorizou a exportação de café para o país por 183 empresas brasileiras, conforme anunciado pela embaixada chinesa no Brasil. A medida, que começou a valer em 30 de julho, é uma resposta ao tarifaço de 50% proposto pelos EUA sobre produtos brasileiros, que entra em vigor em 6 de agosto. Essa iniciativa beneficia os exportadores que buscam diversificar seus mercados, principalmente porque os EUA impõem um desafio significativo, considerando que o Brasil exporta uma grande quantidade de café para o país norte-americano anualmente. A validade das licenças é de cinco anos.

O vice-presidente Geraldo Alckmin declarou que o Estado de São Paulo será o maior prejudicado pelas tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Durante uma entrevista, Alckmin criticou a ação, afirmando que setores como a Embraer, siderúrgicas, metalurgia e indústrias de suco de laranja são os mais afetados. Ele também comentou sobre a reunião do governador Tarcísio de Freitas com representantes norte-americanos, destacando que é responsabilidade do governo brasileiro buscar uma solução diplomática. São Paulo foi o maior exportador brasileiro para os EUA em 2024, com vendas de US$ 13,6 bilhões.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que a rejeição da habilitação de 28 frigoríficos brasileiros pela China é uma questão estratégica, não apontando problemas específicos. Ele mencionou que o assunto será discutido em uma reunião com uma delegação chinesa marcada para 22 de abril. Fávaro destacou que a intenção da China de ampliar compras de carne suína e frango em 2025 indica um possível desinteresse na carne bovina brasileira. Além disso, mencionou que a guerra comercial entre China e EUA pode abrir oportunidades para o Brasil nesse setor.

O Congresso está prestes a aprovar o programa Mover, que visa beneficiar a indústria automobilística com incentivos fiscais para produção nacional e inovação tecnológica. Com um investimento previsto de R$ 19,3 bilhões, o programa pretende impulsionar a fabricação de carros híbridos no Brasil. A proposta, apesar de ter sido ofuscada pela 'taxação das blusinhas', envolve interesses do governo federal e das montadoras. A preferência por produzir no país tem vantagens e desvantagens, mas a indústria nacional se prepara para uma transição para carros elétricos e híbridos, visando a exportação e a redução de poluentes.

O presidente Lula faz hoje o primeiro grande evento voltado ao agronegócio no Centro-Oeste desde que voltou ao governo, acompanhando o envio de uma leva de carne para a China em uma fábrica da JBS. A abertura de novos mercados tem sido um dos principais trunfos do presidente, que busca retomar a popularidade junto ao setor. A visita à fábrica da JBS, empresa investigada por corrupção no passado, faz parte dos esforços de reaproximação de Lula com o agronegócio. Ele lançou o maior Plano Safra da história e busca retomar a relação com o setor.