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Durante uma visita oficial a Pequim, o governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, assinou 36 acordos com a China, abrangendo áreas como energia, tecnologia, agronegócio e finanças. Entre os principais acordos, destaca-se um memorando de entendimento que visa integrar o Programa de Aceleração do Crescimento brasileiro à Iniciativa Cinturão e Rota da China. Isso permitirá investimentos chineses na infraestrutura brasileira, embora o Brasil ainda não tenha aderido oficialmente a essa iniciativa. Lula enfatizou que busca parcerias para financiar projetos de infraestrutura sem compromissos de aliança com a China.

O Brasil, tradicionalmente dependente do transporte rodoviário, verá uma transformação significativa com a construção da Ferrovia Bioceânica Brasil-Peru, em uma parceria com a China. Com 30% da estrutura já concluída, essa ferrovia de 4.400 km, iniciando em Ilhéus e ligando o país ao Peru, deve ser finalizada até 2028. Esta nova rota promete reduzir em 10 dias o tempo de transporte de mercadorias entre Brasil e China, impactando as operações da Anfavea e alterando a dinâmica do setor de caminhões. O projeto representa uma revolução no transporte e promete benefícios econômicos significativos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o Brasil deseja estreitar laços com os Estados Unidos, seguindo a linha de diálogo estabelecida durante a administração de Joe Biden. Durante um evento no Milken Institute, Haddad se encontrou com Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, marcando o primeiro contato com a nova equipe do governo de Donald Trump. Ele ressaltou potencial de parcerias, especialmente em infraestrutura digital. O foco inicial é retomar conversas sobre tarifas aplicadas aos produtos brasileiros e ampliar a cooperação com outros países para desenvolvimento nessa área vital.

O presidente chinês, Xi Jinping, anunciou um plano para enfrentar a guerra comercial com os Estados Unidos e lidar com os desafios econômicos do país, incluindo a possível redução de tarifas sobre produtos americanos como semicondutores. Em uma reunião convocada para discutir a situação, abordou-se a necessidade de fortalecer a economia doméstica, aumentar pagamentos de seguro-desemprego e desenvolver a indústria de serviços. O plano também menciona um novo modelo imobiliário, além de políticas macroeconômicas mais ativas, visando melhorar a confiança da população e estimular o consumo e a renovação urbana.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, juntamente com o presidente chileno Gabriel Boric, anunciou detalhes sobre a nova Rota Bioceânica de Capricórnio, que ligará o sul do Brasil ao norte do Chile em uma estrada de 2.400 km, prevista para ser concluída em 2026. A iniciativa promete reduzir em até 10 dias o tempo de transporte de cargas, além de aumentar o comércio entre Brasil e Chile. A rota poderá dobrar as importações e exportações, tornando a carne e o salmão mais baratos, especialmente para o mercado chileno e brasileiro.

Durante um evento em Santos, o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, ouviu gritos de 'sem anistia' enquanto assinava o edital para o túnel Santos-Guarujá. Ao lado do presidente Lula, Tarcísio, criticado por sua relação com Jair Bolsonaro, enfrentou vaias durante seu discurso ao enfatizar os investimentos na infraestrutura paulista, totalizando mais de R$ 20 bilhões. Os protestos refletem a resistência à busca por anistia a envolvidos na invasão dos Três Poderes em janeiro de 2023, enquanto Tarcísio é considerado um candidato à presidência nas eleições de 2026, onde Lula pode buscar reeleição.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Tarcísio de Freitas lançaram o edital para a construção do túnel Santos-Guarujá, a maior obra submersa da América Latina. Com um investimento previsto de R$ 6 bilhões, a estrutura terá 860 metros de extensão e será construída a 21 metros de profundidade, prevista para iniciar em 2026. O projeto também inclui concessão da dragagem do Porto de Santos e melhorias na mobilidade urbana, beneficiando veículos, ciclistas e pedestres. A obra promete melhorar a infraestrutura logística, reduzindo o tempo de travessia e custos para a região metropolitana.