Luiz Arthur Schneider, de 59 anos, passou a tarde de quarta-feira removendo a lama que invadiu a casa que alugava para amigos após uma enchente em Roca Sales, no Rio Grande do Sul. Ele e sua esposa Rosely, ambos aposentados e donos de um comércio local, receberam ajuda de voluntários após a tragédia. O casal vende pães, biscoitos e sorvetes, e está contente com as doações recebidas. Mesmo após o governador expressar preocupação com impactos nas vendas locais, Luiz discorda, afirmando que muitos clientes foram afetados. Após a declaração polêmica do governador, Leite voltou atrás, e o casal segue otimista e agradecido pela solidariedade

Após atingir o nível máximo de 5,25 metros na terça-feira (14), o nível do Guaíba em Porto Alegre baixou para 4,98 metros nesta quinta-feira (16), ficando abaixo dos 5 metros pela primeira vez desde o início da semana. Apesar da situação de alerta no sul do estado, moradores começam a retornar para suas casas após o transbordamento do lago. Enquanto a água começa a recuar, hospitais inundados e unidades de saúde sem luz e água afetam a região, com a necessidade de voluntários para atuar. O nível da Lagoa dos Patos no sul do estado também preocupa, subindo 30 centímetros em 48 horas.

Após as cheias no Rio Grande do Sul, cerca de 10 mil animais foram resgatados, incluindo cães, gatos e animais silvestres, em uma ação conjunta que envolveu voluntários, órgãos públicos e entidades da sociedade civil. O caso do cavalo Caramelo se destacou, simbolizando o esforço de resgate. Os animais foram encaminhados para abrigos e unidades de acolhimento, onde recebem cuidados veterinários. Além disso, diversas forças estão mobilizadas para atender os animais resgatados, garantindo seu bem-estar e saúde.

A insegurança no Rio Grande do Sul se agrava com saques a lojas, ameaças a socorristas e ataques a barcos de resgate, incluindo policiais militares a bordo, durante as inundações em Porto Alegre e região. O medo fez voluntários desistirem do trabalho à noite, levando a uma redução de barcos civis em ações de resgate. Autoridades aumentaram o policiamento e relatam casos de violência e invasão em condomínios alagados. A situação crítica preocupa, especialmente com a previsão de uma frente fria. A população afetada enfrenta desabastecimento e risco de hipotermia, enquanto a polícia tenta conter a onda de crimes.

O coronel da BM, Márcio Gonçalves, solicitou que voluntários com barcos e jet-skis não se desloquem mais para Canoas, pois não há mais necessidade desse tipo de resgate. Ele ressaltou a importância do apoio dos voluntários para operações na água, mas destacou que agora Porto Alegre precisa mais desse suporte. A orientação visa otimizar os recursos disponíveis e direcionar a ajuda para onde é mais urgente, diante da situação do município. A recomendação do comandante é para que o apoio se concentre na capital gaúcha.